[VÍDEO] - Hormonioterapia Adjuvante Estendida: qual a evidência atual? O que há de novo? - Oncologia Brasil

[VÍDEO] – Hormonioterapia Adjuvante Estendida: qual a evidência atual? O que há de novo?

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As oncologistas Débora Gagliato, da Beneficência Portuguesa, e Daniele Assad, do Hospital Sírio-Libanês – Brasília, discutiram as principais atualizações sobre hormonioterapia adjuvante estendida, estratégia que visa a reduzir o número de recidivas tardias, com base nos trabalhos apresentados no San Antonio Breast Cancer Symposium 2018, que ocorreu entre 04 e 08 de dezembro, em San Antonio (EUA).

A Dra. Daniele Assad comentou um novo estudo de fase III, que avaliou mulheres na pós-menopausa, randomizando-as para 5 vs. 10 anos de anastrozol adjuvante. O trabalho mostrou redução de recorrência de quase 50% com a terapia por 10 anos e também redução significativa das taxas de recorrência à distância, um ganho não observado nos estudos prévios de adjuvância estendida. A médica apontou, no entanto, o fato de a população do estudo ter sido composta por mulheres com IMC mediano de 23, o que não permitiria a análise do benefício dessa estratégia para indivíduos com sobrepeso ou obesidade, para quem sabidamente há prejuízo na eficácia dos IA.
A Dra. Débora Gagliato comentou, por sua vez, a metanálise do EBCTCG que avaliou, comparando dados individuais de mais de 12.000 mulheres, a extensão do uso de IA por 3-5 anos. Os achados desse estudo mostram ganho de pequena magnitude com o aumento do tempo de tratamento e não revelam benefício em relação aos desfechos de recidiva à distância ou mortalidade câncer-específica. A Dra. Débora ressaltou, porém, que há ganho mais robusto para aquelas pacientes que só utilizaram tamoxifeno nos primeiros anos ou para aquelas de mais alto risco, sobretudo as que apresentavam > 4 linfonodos (LFN) positivos.

O ponto fundamental, reforçaram as oncologistas, parece ser selecionar adequadamente pacientes de mais alto risco, para as quais a hormonioterapia estendida seria benéfica, lembrando que a mesma não é isenta de efeitos adversos, o que poderia gerar baixa adesão ao tratamento e complicações diversas.

A Oncologia Brasil está realizando a cobertura do SABCS 2018, diretamente de San Antonio (EUA).