Terapia tripla mostra resultados promissores no tratamento do carcinoma hepatocelular - Oncologia Brasil

Terapia tripla mostra resultados promissores no tratamento do carcinoma hepatocelular

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Apresentado recentemente no Simpósio de Cânceres Gastrointestinais da ASCO 2020, em São Francisco, o estudo KEYNOTE 040, estudo de fase 1/2, recrutou 71 pacientes com histologia confirmada de carcinoma hepatocelular (CHC) com estadio avançado, tratados anteriormente ou não com sorafenibe. Esses foram randomizados para terapia dupla com nivolumabe (240 mg a cada duas semanas) associado a cabozantinibe (40 mg por dia) ou terapia tríplice com nivolumabe (3 mg/kg), ipilimumabe (1 mg/kg a cada 6 semanas) e cabozantinibe (40 mg por dia).

Os indivíduos experimentaram a terapia dupla e 35 a tríplice somaram 36 pessoas. Os pacientes em geral eram predominantemente idosos (mediana de 64,6 e 67 anos, respectivamente), classificação BLCL (77,8% e 85,7%, respectivamente) e Child A (94,4% e 100%, respectivamente). Para os autores. A disseminação metastática extra-hepática foi diferente entre os braços, com 47,2% na terapia dupla e 65,7% na terapia tríplice e exposição prévia de sorafenibe (53% e 66% respectivamente). Expressão de PDL1≥1% foi identificada em aproximadamente 10% em ambos os braços.

Com mediana de seguimento de 19 meses em cada braço, o objetivo primário do estudo foi taxa de resposta segundo RECIST v1.1. A taxa de resposta na terapia tríplice foi de 29% contra 15% na terapia dupla. As medianas de sobrevida global (SG) foram 21,5 meses na terapia dupla e um intervalo ainda não alcançado na terapia tríplice enquanto as medianas de sobrevida livre de progressão (SLP) foram de 5,4 meses e 6,8 meses respectivamente.

Apesar da superioridade da terapia tríplice nos desfechos clínicos, eventos adversos relacionados ao tratamento de grau ≥ 3 foram reportados em 17 indivíduos (47%) no grupo de cabozantinibe e nivolumabe e em 25 pacientes na terapia tríplice (71%) sendo que as taxas de descontinuação em função de toxicidade foram de 11% e 20%, respectivamente. Descontinuação por eventos adversos imunomediados foi 6% e 11%, respectivamente. Neste contexto, é necessário maior tempo de seguimento para melhor compreensão dos potenciais benefícios e riscos mesmo com os resultados promissores até o momento.