Radioterapia parcial de mama pode ser tão efetiva quanto radioterapia total - Oncologia Brasil

Radioterapia parcial de mama pode ser tão efetiva quanto radioterapia total

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A radioterapia ainda representa um dos pilares da terapia adjuvante do câncer de mama por reduzir significativamente a incidência de recidiva local. Apesar do benefício clínico, são reconhecidas as suas toxicidades o que se questiona a possibilidade de descalonamento de radioterapia total de mama para a proposição de parcial.

O estudo APBI IMRT recrutou 520 mulheres acima de 40 anos que se apresentavam seja estádio I ou II de câncer de mama para serem randomizadas em Radioterapia acelerada parcial de mama  (total de 30 Gray no leito tumoral em 5 frações diárias) ou radioterapia total da mama (total de 50 Gray em 25 frações diárias na mama inteira além de boost de 10 Gray no leito tumoral em 5 frações diárias). O objetivo primário era taxa de recorrência de tumor ipsilateral em 10 anos por intenção de tratar. A maioria das pacientes recrutadas eram hormônio sensível, HER2 negativo e com idade superior a 50 anos e ambos os braços eram comparáveis em termo de idade, tamanho de tumor e terapia endócrina adjuvante.

Hoje foram apresentados os resultados finais deste estudo no San Antonio Breast Cancer Symposium 2019, os quais demonstraram que após 10 anos de seguimento 3,3% das pacientes expostas a radioterapia parcial de mama tiveram recorrência de câncer de mama enquanto que 2,6% tiveram recidiva no grupo de radioterapia total de mama. Estes resultados são comparáveis àqueles de 5 anos (2,4% vs 1,2% respectivamente). Ambas as diferenças não foram estatisticamente significativas. A sobrevida global em 10 anos foi muito similar entre os dois grupos: 92,7% em radioterapia parcial de mama vs 93,3% em radioterapia total da mama assim como sobrevida específica de câncer de mama: 97,6% vs 97,5% respectivamente. 

Esses resultados atuais reiteram os anteriores favorecendo um excelente controle de doença com radioterapia acelerada parcial de mama sendo possível a indicação do descalonamento de dose em pacientes com baixo risco de recorrência promovendo menor toxicidade e com um menor tempo de tratamento. Cabe, no entanto, informar que uma limitação do estudo, segundo o próprio autor principal do estudo, foi o tamanho da amostra ser considerada relativamente pequena.

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