Radioterapia estereotáxica apresenta importante controle de doença a longo prazo em câncer de próstata - Oncologia Brasil

Radioterapia estereotáxica apresenta importante controle de doença a longo prazo em câncer de próstata

2 min. de leitura

Estudo apresentado na ASTRO 2020 sugere que as excelentes taxas de controle precoce do câncer de próstata com radioterapia estereotáxica foram duradouras ​​por mais de 12 anos

A radioterapia estereotáxica (SBRT, Stereotactic Body Radiation Therapy) para câncer de próstata localizado (CaP) oferece altas taxas de controle oncológico de longo prazo com toxicidade leve, de acordo com os resultados apresentados no 62nd Annual Meeting da ASTRO (American Society for Radiation Oncology).

Os pesquisadores relataram os dados de 12 anos estudo de 560 pacientes com CaP confinado ao órgão tratados com SBRT entre 2006 e 2009. Destes, 324 pacientes apresentavam CaP de baixo risco, 154 intermediário e 82 de alto risco, de acordo com os critérios da NCCN (National Comprehensive Cancer Network).

O CaP de risco intermediário desfavorável foi definido como Gleason 4 + 3 ou mais de 1 fator de risco intermediário (cT2b-c, PSA 10-20 ng/mL, Gleason 7). A falha bioquímica foi definida pela definição de Phoenix (nadir de PSA mais 2 ng/mL).

Um total de 515 pacientes receberam uma dose de 35 a 36,25 Gy em 5 frações diárias e 45 receberam radioterapia por feixe externo (EBRT, 45 Gy) seguido por um boost de SBRT (18 a 21 Gy). A terapia de privação androgênica por até 9 meses foi administrada a 102 pacientes.

A sobrevida livre de doença bioquímica em 12 anos (SLDb) foi de 92,0%, 79,1% e 64,0% para os grupos de baixo, intermediário e alto risco, respectivamente, de acordo com os pesquisadores. As taxas de controle local foram 97,0%, 91,7% e 88,0%.

A taxa de SLDb de 12 anos não foi significativamente diferente entre os pacientes de risco intermediário favorável e de baixo risco (89,8% e 92,0%, respectivamente). Os de risco intermediário desfavorável tiveram uma taxa de SLDb em 12 anos semelhante à do grupo de alto risco (67,5% e 64,0%).

As toxicidades foram leves, de acordo com os investigadores. Uma dose de 36,25 Gy foi associada significativamente a mais toxicidade urinária tardia de grau 2-3 do que 35 Gy (13,8% vs 6%). EBRT e ADT não melhoraram o controle de longo prazo em pacientes de alto risco.

Os autores concluem que o estudo sugere que as excelentes taxas de controle precoce do câncer de próstata com tratamento com SBRT foram duradouras ​​por mais de 12 anos. Aos pacientes que receberam apenas SBRT, 35 Gy é tão eficaz quanto 36,25 Gy e com menor toxicidade, sugerindo que aquela seja a dose ideal.

 

Referência:

Katz AJ, Kang J. Efficacy and toxicity of stereotactic body radiation therapy for localized prostate cancer: A twelve-year study. Presented at: ASTRO 2020 virtual annual meeting, October 25 to 28. Poster 4026