Qual a eficácia da imunoterapia no tratamento das metástases cerebrais em melanoma? - Oncologia Brasil

Qual a eficácia da imunoterapia no tratamento das metástases cerebrais em melanoma?

A resposta ao tratamento de pacientes com metástases cerebrais
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O Dr. Rodrigo Villarroel, Oncologista clínico do Instituto do Câncer Hospital São Vicente, Passo Fundo (RS), em sua participação no ESMO Congress 2019, comentou os dados de follow-up de 3 anos do estudo ABC, apresentado nesta edição do congresso da European Society for Medical Oncology.

Anteriormente publicado com dados referentes a um ano e meio de follow-up, o ABC trial, estudo randomizado de fase II, acompanha a resposta de pacientes com metástases cerebrais assintomáticas a duas linhas de tratamento: nivolumabe (nivo) em monoterapia ou associação entre nivolumabe e ipilimumabe (ipi).

Apenas foram incluídos no estudo pacientes que não houvessem recebido tratamento prévio, com exceção daqueles com mutações que tivessem sido tratados com terapias-alvo. Também não recebiam tratamento com corticoides, e poderiam apresentar um número variável de metástases, desde que estas tivessem entre 5 mm e 4 cm. O perfil mais comum era o de pacientes com duas ou mais metástases.

A taxa de resposta intracraniana em 12 ou mais semanas, endpoint primário, foi de 59 para braço tratado com a associação de imunoterápicos versus 20% para nivolumabe em monoterapia. “A taxa de resposta para o grupo que recebeu ipilimumabe e nivolumabe está muito alinhada com o que conhecemos de outros grandes estudos, focados em pacientes com lesões extracerebrais”, disse o Dr. Viallarroel. “Isso mostra que os resultados referentes a lesões intracranianas estão em concordância com os obtidos para quadros extracranianos.”, completou.

A sobrevida livre de progressão em três anos, endopoint secundário, foi uma marca atingida por 48% dos pacientes que receberam nivo + ipi, comparados a 14% para o grupo tratado com nivolumabe isoladamente.

“Adicionalmente, quando observamos os pacientes que apresentaram resposta completa ao tratamento, correspondentes aproximadamente à metade dos pacientes do braço nivolumabe mais ipilimumabe, constatamos que 90% deles mantêm a resposta intracraniana. Então, o estudo mostrou de maneira muito sólida que esta combinação deve ser a estratégia de escolha para pacientes com metástase cerebral assintomática e não tratados com corticoides”, conclui.

O ESMO Congress 2019 acontece entre os dias 27 de setembro e primeiro de outubro em Barcelona, Espanha e reúne especialistas do mundo todo para discutir o que há de mais recente na pesquisa oncológica, com apresentação de dados que podem mudar a prática da oncologia e consequente promoção de um atendimento melhor ao paciente. Confira a cobertura no site e nas nossas redes sociais.