Pembrolizumabe com quimioterapia mostram melhora na sobrevida livre de progressão entre pacientes com câncer de mama triplo-negativo metastático com alta expressão de PD-L1 - Oncologia Brasil

Pembrolizumabe com quimioterapia mostram melhora na sobrevida livre de progressão entre pacientes com câncer de mama triplo-negativo metastático com alta expressão de PD-L1

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Dr. Gustavo Werutsky, oncologista clínico do Hospital São Lucas da PUCRS, comenta sobre os dados adicionais de eficácia do KEYNOTE-355um estudo randomizado, controlado por placebo, duplo-cego, de fase 3, realizado em 29 países, que avaliou a adição de pembrolizumabe à quimioterapia em pacientes com câncer de mama triplo-negativo metastático.  

 

 

No trabalho – que foi recentemente publicado no The Lancet e apresentado esta semana no 2020 San Antonio Breast Cancer Symposium – as pacientes com câncer de mama triplo-negativo inoperável, recidivado localmente ou metastático, previamente não tratadas foram aleatoriamente distribuídas na proporção 2:1 para pembrolizumabe 200 mg a cada 3 semanas mais quimioterapia (nab-paclitaxelpaclitaxel; ou gemcitabina mais carboplatina) ou placebo mais quimioterapia. A randomização foi estratificada pelo tipo de quimioterapia (taxano ou gencitabina-carboplatina), expressão de PD-L1 (CPS ≥1 ou <1) e tratamento anterior com a mesma classe de quimioterapia neoadjuvante ou adjuvante. 

Os critérios de elegibilidade incluíram: 

  • idade mínima de 18 anos; 
  • câncer de mama triplo-negativo confirmado centralmente; 
  • pelo menos uma lesão mensurável; 
  • fornecimento de uma amostra de tumor recém-obtida para determinação do status de câncer de mama triplo-negativo e status de PD-L1 por imunohistoquímica em um laboratório central; 
  • ECOG 0 ou 1; 
  • e função adequada do órgão. 

Os desfechos de eficácia primária dupla foram sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global (SG) avaliada por PD-L1 CPS ≥ 10, CPS ≥ 1 e populações com intenção de tratar. 

Ao todo, 847 pacientes foram aleatoriamente designados para tratamento, com 566 pacientes no grupo de pembrolizumabe e 281 no placebo. Na segunda análise interina, o acompanhamento médio foi de 25,9 meses no grupo de pembrolizumabe e 26,3 meses placebo. 

Entre os pacientes com CPS ≥ 10, a mediana de SLP foi de 9,7 com versus 5,6 meses com pembrolizumabe e placebo, respectivamente (HR 0,65). Entre aqueles com CPS ≥ 1, a SLP mediana foi de 7,6 e 5,6 meses (HR 0, 74). 

O efeito do tratamento com pembrolizumabe aumentou de acordo com os maiores valores de PD-L1. As taxas de eventos adversos relacionados ao tratamento de grau 3-5 foram 68% no grupo pembrolizumabe e 67% no placebo, incluindo morte em <1% e 0% nos grupos pembrolizumabe e placebo, respectivamente. 

Os autores concluem que a quimioterapia com pembrolizumabe mostrou uma melhora estatisticamente e clinicamente significativa na sobrevida livre de progressão versus quimioterapia com placebo entre pacientes com câncer de mama triplo-negativo metastático com CPS ≥ 10. Esses achados sugerem um papel para a adição de pembrolizumabe à quimioterapia padrão para o tratamento de primeira linha do câncer de mama triplo-negativo metastático. 

 

Referências: 

Cortes J, et al. KEYNOTE-355: Randomizeddouble-blindphase 3 study of pembrolizumab + chemotherapy vs placebo + chemotherapy for previously untreated locally recurrent inoperable or metastatic triple-negative breast cancer. Abstract 292. Presented at: 2020 San Antonio Breast Cancer Symposium. 

 

Cortes J, Cescon DW, Rugo HS, Nowecki Z, Im SA, Yusof MM, Gallardo C, Lipatov O, Barrios CH, Holgado E, Iwata H, Masuda N, Otero MT, Gokmen E, Loi S, Guo Z, Zhao J, Aktan G, Karantza V, Schmid P; KEYNOTE-355 InvestigatorsPembrolizumab plus chemotherapy versus placebo plus chemotherapy for previously untreated locally recurrent inoperable or metastatic triple-negative breast cancer (KEYNOTE-355): a randomised, placebo-controlleddouble-blindphase 3 clinical trial. Lancet. 2020 Dec 5;396(10265):1817-1828. doi: 10.1016/S0140-6736(20)32531-9. 

 

 

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