Novos dados da combinação de nivolumabe e ipilimumabe em câncer de rim metastático - Oncologia Brasil

Novos dados da combinação de nivolumabe e ipilimumabe em câncer de rim metastático

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Dados de atualização do estudo de fase III CheckMate-214 foram apresentados hoje, durante o último dia do Genitourinary Cancers Symposium – ASCO-GU 2019, evento que ocorre de 14 a 16 de fevereiro, em São Francisco (EUA). O estudo, que compara a combinação de nivolumabe e ipilimumabe (N + I) a sunitinibe no cenário de tratamento de 1ª linha de carcinoma de células renais (RCC) metastático, já havia mostrado positividade para sobrevida global na primeira análise interina.

Os novos dados, apresentados pelo Dr. Nizar Tannir, após seguimento mediano de 30 meses, mostram persistência do benefício em sobrevida global (SG), favorecendo o braço de N + I, com medianas não atingida vs. 37,9 meses (HR 0,71; IC 95% 0,59-0,86; p = 0,0003). As taxas de SG em 24 meses foram de 71% (N + I) vs. 61 (sunitinibe). O benefício foi evidenciado na população de intenção de tratar e no subgrupo de pacientes com risco intermediário/desfavorável. O subgrupo de risco favorável manteve-se sem benefício, porém houve uma melhora no HR em relação à primeira análise interina (anterior 1,45 vs. atual 1,22).

O benefício em taxa de resposta também se manteve, com novas análises para essa atualização sendo realizadas apenas pelos investigadores (42% para N + I vs. 27% para sunitinib). Uma análise secundária mostrou ainda que, dos pacientes que tiveram de descontinuar o tratamento devido a toxicidade, aqueles que receberam N + I pararam o tratamento com maior frequência (24% com N + I vs. 11% com sunitinibe), porém apresentaram melhores desfechos, incluindo SG (74% vs. 61%), maiores taxas de resposta e maior tempo livre de um segundo tratamento. Após 24 meses, 42% dos pacientes que haviam descontinuado N + I devido a toxicidades do tratamento estava vivos e não haviam iniciado uma segunda linha de tratamento.

Os novos dados confirmam o já anteriormente apresentado benefício de N + I no tratamento de primeira linha do RCC metastático, reforçando o ganho em sobrevida em relação ao sunitinibe e evidenciando que, apesar de uma maior taxa de descontinuação de tratamento, o grupo de N + I se beneficia do tratamento mais eficaz, mesmo tendo que interrompê-lo por toxicidade.