Irradiação craniana profilática melhora a sobrevida livre de doença mas não a sobrevida global em CPNPC - Oncologia Brasil

Irradiação craniana profilática melhora a sobrevida livre de doença mas não a sobrevida global em CPNPC

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As taxas de metástase cerebral (MC) são altas no câncer de pulmão de não pequenas células localmente avançado (CPNPC), próximas ao câncer de pulmão de pequenas células, onde a irradiação craniana profilática (ICP) é o padrão de tratamento. Embora a ICP diminua a incidência de MC no CPNPC, ainda não foi demonstrada uma vantagem de sobrevida global (SG).

O estudo do Grupo de Oncologia de Radioterapia (RTOG) 0214 foi um ensaio clínico de fase 3, que randomizou 340 pacientes com CPNPC estadio III para receber ICP. A mediana do tempo de seguimento foi de 2,1 anos para todos os pacientes e de 9,2 anos para os pacientes vivos. A SG para ICP não foi significativamente melhor que a da observação (HR, 0,82; P = 0,12; taxas de 5 e 10 anos, 24,7% e 17,6% vs 26,0% e 13,3 %, respectivamente), enquanto a sobrevida livre de doença (SLD: HR, 0,76; P = 0,03; taxas de 5 e 10 anos, 19,0% e 12,6% vs 16,1% e 7,5% para PCI vs observação) e a MC (HR, 0,43; P = 0,003; taxas de 5 e 10 anos, 16,7% vs 28,3% para ICP vs observação) foram significativamente diferentes. Pacientes no braço de IPC foram 57% menos propensos a desenvolver MC do que aqueles no braço de observação. Pacientes mais jovens (<60 anos) e pacientes com doença não escamosa desenvolveram mais MC. Na análise multivariada, a ICP foi associada à diminuição da MC e à melhora da SLD, mas não à melhora da SG. A análise multivariada dentro do braço não cirúrgico sugere que a ICP prolonga, efetivamente, a SG, a SLD e a MC.

Embora este estudo não tenha atingido seu desfecho primário, os resultados a longo prazo revelam muitas descobertas importantes que beneficiarão estudos futuros. Identificar a população de pacientes apropriada e uma intervenção segura é fundamental.

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