FDA aprova uso de durvalumabe para câncer de pulmão de pequenas células na doença extensa - Oncologia Brasil

FDA aprova uso de durvalumabe para câncer de pulmão de pequenas células na doença extensa

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No dia 27 de março de 2020, o FDA americano (US Food and Drug Administration) aprovou o durvalumabe em combinação com etoposídeo mais carboplatina ou cisplatina no tratamento de primeira linha de pacientes com câncer de pulmão de pequenas células com doença extensa (SCLCext).

A aprovação se baseou no CASPIAN, um estudo multicêntrico, controlado e aberto (NCT03043872), que randomizou aleatoriamente pacientes para três braços de tratamento (na proporção de 1: 1: 1): durvalumabe mais platina-etoposídeo (n=268); durvalumabe mais tremelimumabe mais platina-etoposídeo (n=268); ou platina-etoposídeo apenas (n=269).

Os resultados de sobrevida global (SG) na comparação dos grupos durvalumabe mais platina-etoposídeo (EP) versus EP foram publicados no The Lancet em outubro de 2019, a partir de uma análise interina planejada. Também foram divulgados dados de sobrevida livre de progressão (SLP) avaliada pelo investigador e taxa de resposta objetiva (ORR) de acordo com RECIST v1.1.

A associação de durvalumabe mais EP resultou em aumento estatisticamente significativo da SG, com hazard ratio de 0,73 (IC95% 0,59-0,91; p = 0,0047); a SG mediana foi de 13,0 meses (IC 95%: 11,5-14,8) no braço do durvalumabe mais EP em comparação com 10,3 meses (IC 95%: 9,3-11,2) no braço da quimioterapia.

Embora a SLP não tenha sido testada para significância estatística no momento da análise interina em razão do design do estudo, o resultado indicou um hazard ratio de 0,78 (IC 95%: 0,65-0,94), com SLP mediana de 5,1 meses (IC 95%: 4,7-6,2) no braço do durvalumabe mais EP em relação a 5,4 meses (IC 95%: 4,8-6,2) no braço isolado da quimioterapia.

A ORR avaliada pelo investigador foi de 68% (IC 95%: 62%-73%) no braço do durvalumabe mais EP e 58% (IC 95%: 52%-63%) no braço da quimioterapia. As reações adversas mais comuns (≥20%) em pacientes com SCLCext foram náusea, fadiga/astenia e alopecia.

A administração do durvalumabe deve ser realizada antes da infusão da quimioterapia, no mesmo dia. A dose recomendada de durvalumabe quando administrada com etoposídeo e carboplatina ou cisplatina é de 1500 mg EV a cada 3 semanas por 4 ciclos; em seguida, a cada 4 semanas em monoterapia como esquema de manutenção.

Os resultados do estudo CASPIAN se alinham aos dados já publicados do IMpower133 (atezolizumabe mais EP), consolidando a imunoterapia como primeira linha de tratamento do câncer de pulmão de pequenas células na doença extensa. Portanto, essa aprovação do durvalumabe pelo FDA americano garante aos pacientes mais uma alternativa de tratamento nesse cenário.

Mais detalhes sobre os estudos:

Paz-Ares L, Dvorkin M, Chen Y, Reinmuth N, Hotta K, Trukhin D, Statsenko G et al. Durvalumab plus platinum-etoposide versus platinum-etoposide in first-line treatment of extensive-stage small-cell lung cancer (CASPIAN): a randomised, controlled, open-label, phase 3 trial. Lancet. 2019;394(10212):1929-1939.

Horn L, Mansfield AS, Szczęsna A, Havel L, Krzakowski M, Hochmair MJ et al. First-Line Atezolizumab plus Chemotherapy in Extensive-Stage Small-Cell Lung Cancer. N Engl J Med. 2018; 379(23):2220-2229.