FDA aprova pemigatinibe, a primeira terapia-alvo para pacientes com colangiocarcinoma metastático - Oncologia Brasil

FDA aprova pemigatinibe, a primeira terapia-alvo para pacientes com colangiocarcinoma metastático

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Pemigatinibe, um inibidor de FGFR1–3, torna-se uma nova opção de tratamento para pacientes com colangiocarcinoma avançado/metastático em segunda linha

O FDA aprovou recentemente o medicamento pemigatinibe, um inibidor de FGFR1–3 administrado por via oral para tratamento de colangiocarcinoma em pacientes que apresentaram progressão da doença após pelo menos um tratamento anterior. As opções terapêuticas no cenário metastático após uso de cisplatina e gemcitabina sempre foram bastante limitadas. Agora, os resultados do estudo FIGHT-202 fornecem evidências de benefício clínico com o inibidor de FGFR1–3 pemigatinibe.

O FIGHT-202 (NCT02924376) é um estudo de fase 2 multicêntrico (EUA, Europa, Oriente Médio e Ásia), de braço único, que selecionou pacientes com colangiocarcinoma localmente avançado ou metastático para 3 coortes:
• pacientes com fusões ou rearranjos de FGFR2 (n = 107);
• outras alterações de FGF/FGFR (n = 20);
• ou nenhuma alteração em FGF/FGFR (n = 18).

Todos os pacientes incluídos receberam uma dose inicial de 13,5 mg de pemigatinibe por via oral uma vez ao dia (2 semanas sim, 1 semana de folga por um ciclo de 21 dias) até a progressão da doença, toxicidade inaceitável, retirada do consentimento ou decisão médica. O desfecho primário foi a proporção de pacientes que alcançaram uma resposta objetiva entre aqueles com fusões ou rearranjos de FGFR2.

Em uma média de 17,8 meses, 38 pacientes com fusões ou rearranjos de FGFR2 (35,5% [IC95% 26,5-45,4]) tiveram uma resposta objetiva, incluindo 3 respostas completas. Nenhuma resposta foi observada nos outros dois subgrupos.

As durações medianas de sobrevida livre de progressão foram de 6,9 meses, 2,1 meses e 1,7 meses em pacientes com fusões ou rearranjos de FGFR2, outras alterações no FGF/FGFR e no grupo sem nenhuma alteração, respectivamente. Apesar de os dados não serem maduros no momento da análise, observou-se que a mediana de sobrevida global foi 21,1 meses, 6,7 meses e 4,0 meses, respectivamente.

Eventos adversos:
• Hiperfosfatemia foi o mais comum em todos os graus, independentemente da causa (60%).
93 pacientes (64%) tiveram um evento adverso grau 3 ou pior (independentemente da causa); os mais frequentes foram hipofosfatemia (12%), artralgia (6%), estomatite (5%), hiponatremia (5%), dor abdominal (5%), e fadiga (5%).
65 pacientes (45%) tiveram eventos adversos graves; os mais frequentes foram dor abdominal (5%), pirexia (5%), colangite (3%) e derrame pleural (3%).

No geral, 71 pacientes (49%) morreram durante o estudo, mais frequentemente devido à progressão da doença (42%). Nenhuma morte foi considerada relacionada ao tratamento.

Os resultados do FIGHT-202 sugerem que 10 a 16% dos pacientes com colangiocarcinoma avançado que apresentam fusões de FGFR2 podem obter benefícios consideráveis ao pemigatinibe. Esses resultados justificam estudos adicionais, a fim de se incluir um braço comparador ativo para observar ainda mais o benefício clínico do premigatinibe nessa população.

Referência:

1. Abou-Alfa GK, Sahai V, Hollebecque A, Vaccaro G, Melisi D, Al-Rajabi R, Paulson AS, Borad MJ, Gallinson D, Murphy AG, Oh DY. Pemigatinib for previously treated, locally advanced or metastatic cholangiocarcinoma: a multicentre, open-label, phase 2 study. The Lancet Oncology. 2020 Mar 20.

2. Romero D. Benefit from pemigatinib in cholangiocarcinoma. Nature Reviews Clinical Oncology. 2020 Apr 16:1-