FDA aprova durvalumabe para câncer de pulmão de não pequenas células localmente avançado - Oncologia Brasil

FDA aprova durvalumabe para câncer de pulmão de não pequenas células localmente avançado

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A aprovação do medicamento, da classe dos anticorpos monoclonais, favorece os pacientes que não tiveram progresso após quimioradioterapia.

Com base nos resultados do estudo fase III PACIFIC, o U.S. Food and Drug Administration (FDA) concedeu aprovação do medicamento durvalumabe (Imfinzi®) para o tratamento de pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células localmente avançado, não-ressecável que não tiveram progresso após a quimioradioterapia.

No estudo, o inibidor PD-L1 apresentou melhora na sobrevida livre de progressão mediana de 11,2 meses, comparado ao placebo (16,8 versus 5,6 meses; HR, 0,52; 95% CI, 0,42-0,65; P <,0001). A taxa de sobrevida livre de progressão aos 12 meses foi de 55,9% versus 35,3%, e aos 18 meses foi de 44,2%, comparado a 27,0% do placebo, resultado que favorece novamente o braço de tratamento do durvalumabe.

Trata-se do primeiro tratamento aprovado para o estádio III do câncer de pulmão de não pequenas células não ressecável, para reduzir o risco de progressão da doença, quando o câncer não apresentou piora após quimiorradiação”, comenta o Dr. Richard Pazdur, diretor do Centro de Excelência em Oncologia e director interino do Escritório de Produtos de Hematologia e Oncologia, do Centro de Avaliação e Pesquisa de Drogas (FDA)

Para pacientes com câncer de pulmão estádio III que não pode ser removido através de cirurgia, no momento, a quimiorradiação é a estratégia para evitar a progressão . Apesar de um pequeno número de pacientes apresentarem cura com o tratamento, o câncer deve eventualmente apresentar progresso. Agora, os pacientes têm uma terapia aprovada que tem demonstrado evitar o avanço do câncer por um tempo maior, após a quimiorradiação.

No estudo PACIFIC, que foi sediado em 235 centros em 26 países, 473 pacientes foram randomizados à droga durvalumabe e 236 a placebo. A sobrevida livre de progressão foi o endpoint primário, junto à sobrevida global, cujos dados ainda não estão maduros e, portanto, não foram incluídos nesta análise.

A idade mediana dos pacientes do estudo era 64 anos, e a maior parte deles eram fumantes ou ex-fumantes (91%), do sexo masculino (70,1%), e muitos apresentaram histologia escamosa (45,7%). O uso da quimioterapia foi similar entre os grupos, com 25,8% e 28,7% recebendo quimioterapia de indução anterior à quimioradioterapia, em ambos os grupos de durvalumabe e placebo, respectivamente. A responsta à quimioradioterapia foi similar entre os dois braços de tratamento, com taxas de resposta objetiva de 50,6% e 49,8%, para o grupo do anticorpo monoclonal e placebo, respectivamente.

O benefício da sobrevida livre de progressão associado ao durvalumabe mostrou ser consistente entre todos os subgrupos especificados anteriormente, conforme definido com base nas características demográficas dos pacientes, bem como em suas características clinicopatológicas básicas e na resposta a tratamentos anteriores.

A taxa de resposta objetiva demonstrou ser significantemente mais alta com durvalumabe (28,4% versus 16,0%; P <.001). Dos pacientes que apresentaram resposta ao durvalumabe, 72,8% tinham aos 12 e, também, aos 18 meses, conforme comparado com 56,1% e 46,8%, respectivamente, no braço de tratamento placebo.

Apenas 16,5% dos pacientes que receberam durvalumabe experienciaram a progressão da doença, com 27,7% do grupo que recebeu placebo (P <.001).

Eventos Adversos
Quase todos os pacientes em ambos os grupos, 96,8% do braço de durvalumabe e 94,9% do grupo placebo, tiveram algum tipo de eventos adverso. Os eventos adversos de grau 3/4 foram levemente mais comuns com durvalumabe (29,9% versus 26,1%). Pneumonia foi o evento adverso mais comum de grau 3/4, e foi observado em 4,4% dos pacientes submetidos ao durvalumabe e 3,8% dos pacientes no grupo do placebo.

Os eventos adversos causaram descontinuações em 15.4% dos pacientes no grupo de durvalumabe e em 9,8% dos pacientes do grupo placebo. Por volta de 29% dos pacientes do primeiro grupo experienciaram eventos adversos severos, comparados à taxa de 22.6% do braço de tratamento com placebo.

Os eventos adversos mais frequentes que levaram à descontinuação foram pneumonia ou pneumonia por radiação + pneumonia, em ambos os grupos. Um terço dos pacientes que foram submetidos ao tratamento com durvalumabe experienciaram algum grau de pneumonia ou pneumonia por radiação + pneumonia, comparado a 24,8% no grupo do placebo. Pneumonia ou pneumonia por radiação + pneumonia em grau 3/4 ocorreram em 3,4% dos pacientes do grupo de durvalumabe e 2,6% do grupo placebo. Mortes ocasionadas por eventos adversos ocorreram em 4,4% dos pacientes do grupo durvalumabe e 5,6% dos pacientes do braço de tratamento com placebo.

Referência (original)
Antonia SJ, Villegas A, Daniel D, et al. Durvalumab after chemoradiotherapy in stage III non–small-cell lung cancer. N Engl J Med. 2017;377(20):1919-1929 doi: 10.1056/NEJMoa1709937. Acesse aqui.