Regorafenibe não atinge seu desfecho primário de não progressão em oito semanas no tratamento do sarcoma de Ewing metastático recidivado - Oncologia Brasil

Regorafenibe não atinge seu desfecho primário de não progressão em oito semanas no tratamento do sarcoma de Ewing metastático recidivado

3 min. de leitura

Em comparação com placebo, o regorafenibe induziu taxas de sobrevida livre de progressão (SLP) favoráveis em 24 semanas em pacientes com sarcoma de Ewing metastático recidivado no estudo de fase 2 REGOBONE (NCT02389244). Apesar disso, o ensaio não conseguiu atingir seu desfecho primário de não progressão em oito semanas, de acordo com os resultados apresentados no ESMO Virtual Congress 2020.

O sarcoma de Ewing é uma doença muito agressiva e esses dados são suficientes para apoiar a exploração do regorafenibe em combinação com um inibidor PD-L1 ou PD-1, segundo os autores. Os resultados indicam interessante atividade do regorafenibe para retardar a progressão da doença em pacientes com sarcoma de Ewing metastático após falha da terapia prévia. Sua atividade modesta chama a atenção como uma alternativa para combinações futuras.

Os investigadores recrutaram 41 pacientes para o estudo e 36 eram elegíveis para eficácia. Desses, 13 foram designados para receber placebo, enquanto os 23 restantes receberam 160 mg de regorafenibe via oral diariamente. Os pacientes em ambos os grupos receberam concomitantemente cuidados paliativos padrões.

Pelo menos 14 pacientes deveriam estar livres de progressão em oito semanas para que o estudo fosse considerado positivo. No entanto, 13 (56,6%) pacientes no braço do regorafenibe atingiram o desfecho primário em comparação a 1 (7,7%) no grupo do placebo. Cinco (21,7%) pacientes no braço experimental tiveram resposta parcial e 11 (47,8%) tiveram doença estável em comparação com 1 e 3 (23,1%), respectivamente, no braço placebo.

Os desfechos secundários incluíram SLP e sobrevida global (SG).

A mediana de SLP no grupo regorafenibe foi de 11,4 semanas versus 3,9 semanas. A taxa de SLP no braço experimental foi de 26% em comparação com 8% para o placebo em 24 semanas.

SG aos 6 e aos 12 meses foram 70% e 39% no braço regorafenibe e de 54% e 38% no grupo placebo, respectivamente.

Dez pacientes no grupo placebo realizaram crossover para receber regorafenibe após a confirmação da progressão da doença. Interessantemente, a mediana de SLP foi 11,4 semanas no grupo que recebeu regorafenibe durante todo o tratamento e de 12,9 semanas para aqueles do grupo placebo que realizaram crossover, tendo em vista que SLP mediana dos pacientes recebendo placebo sem crossover foi de apenas 3,9 semanas, indicando que o uso de regorafenibe apresenta impacto.

Em 12 semanas, a SLP foi de 56% no grupo de pacientes que recebeu crossover versus 43% no braço que recebeu regorafenibe desde o início da randomização. Em 24 semanas, a taxa de SLP foi de 33% versus 26%, respectivamente.

Os resultados de segurança foram consistentes com os achados anteriores. Vinte e três pacientes no braço regorafenibe e 14 no placebo foram avaliados quanto à segurança. Oito (35%) pacientes em uso de regorafenibe necessitaram de redução de dose devido à toxicidade versus zero no braço placebo.

Apesar de não alcançar seu desfecho primário, o regorafenibe no tratamento do sarcoma de Ewing parece apresentar atividade modesta, sendo uma potencial alternativa de tratamento em combinações terapêuticas futuras.

Referências:

Duffaud F. Results of the randomized, placebo (PL)-controlled phase II study evaluating the efficacy and safety of regorafenib (REG) in patients (pts) with metastatic relapsed Ewing sarcoma (ES), on behalf of the French Sarcoma Group (FSG) and UNICANCER. Presented at: European Society of Medical Oncology (EMSO) Virtual Congress 2020, held September 17, 2020 to September 21, 2020. Abstract #LBA68.

DOI: 10.1056/NEJMoa1917239

Conteúdo restrito para médicos, entre ou crie sua conta gratuitamente

Faça login

Crie sua conta

Apenas médicos podem criar contas, insira abaixo seu CRM e Estado do CRM para validação