Qual é o impacto de um follow-up intensivo para detectar recorrência de câncer colorretal II e III ressecado se comparado a um acompanhamento padrão? - Oncologia Brasil

Qual é o impacto de um follow-up intensivo para detectar recorrência de câncer colorretal II e III ressecado se comparado a um acompanhamento padrão?

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O nível de evidência para justificar o acompanhamento intensivo de pacientes após cirurgia curativa para CCR é baseado apenas em recomendação de especialistas e pelos resultados dos poucos ensaios clínicos realizados, ainda mantendo uma controvérsia

O estudo PRODIGE 13 tem um desenho prospectivo multicêntrico controlado com dupla randomização e avaliou o impacto do monitoramento radiológico intensivo por tomografia computadorizada a cada 6 meses versus um acompanhamento radiográfico padrão com ultrassom abdominal a cada 3 meses e radiografia torácica a cada 6 meses. Além disso também foram avaliados os níveis de antígeno carcinoembrionário (ACE) versus grupo controle, no seguimento de câncer colorretal (CCR) estágio II ou III ressecado sem evidência de doença residual na investigação pós-cirúrgica. O endpoint primário foi a sobrevida global em 5 anos.

Ao longo de 5 anos, 1995 pacientes foram incluídos no estudo (75,9% <75 anos, 16% câncer retal, 44% câncer de cólon esquerdo). Entre os pacientes com câncer de cólon, 52% estavam no estágio II (25% receberam quimioterapia adjuvante).

Com um acompanhamento médio de 6,5 anos, a recorrência do câncer foi detectada em 22% dos casos e um segundo CCR foi detectado em 1,7% dos casos.

Entre as recorrências no câncer de cólon, 8,4% foram localizadas, 74,7% foram metastáticas e 15,7% tiveram recorrência tanto local como metastática. Os pacientes foram inicialmente tratados com intenção curativa, respectivamente em 86,7%, 52,3% e 44,6%. O tratamento cirúrgico da recorrência com intenção curativa foi de:
• 40,9% no grupo de acompanhamento mínimo (sem ACE e usando acompanhamento radiográfico padrão);
• 66,3% no grupo de ACE e acompanhamento radiográfico padrão;
• 50,7% no grupo sem ACE e monitoramento radiológico intensivo por tomografia computadorizada;
• e 59,5% no grupo de monitoramento intensivo (ACE e TC) (p = 0,0035).

Entre as recorrências de câncer retal, 19,3% foram localizadas, 65% metastáticas e 15,7% tiveram ambas. Esses pacientes foram tratados com intenção curativa, respectivamente em 50%, 53,7% e 38,5%. O tratamento cirúrgico da recorrência com intenção curativa foi de:
• 42,9% no grupo de acompanhamento mínimo;
• 57,9% no grupo ACE com acompanhamento radiográfico padrão;
• 55% no grupo sem ACE e TC;
• e 47,8% no grupo de acompanhamento intensivo.

Nenhuma das modalidades de acompanhamento resultou em diferença na sobrevida global (2ª análise intermediária – 455 eventos).

Com esses resultados conclui-se que, após a cirurgia curativa, a adição de ACE e/ou TC não traz nenhum benefício na sobrevida global de 5 anos, mas permite cirurgias curativas para pacientes com câncer recorrente com acompanhamento mais intensivo.

Referências:
398O – Effect of 5 years of imaging and CEA follow-up to detect recurrence of colorectal cancer (CRC) – PRODIGE 13 a FFCD phase III trial

Lepage C, Phelip JM, Cany L, et al. Effect of 5 years of imaging and CEA follow-up to detect recurrence of colorectal cancer: The FFCD PRODIGE 13 randomised phase III trial. Dig Liver Dis. 2015;47(7):529-531. doi:10.1016/j.dld.2015.03.021
– Links h https://doi.org/10.1016/j.dld.2015.03.021

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