Olaparibe se destaca como opção de tratamento em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração - Oncologia Brasil

Olaparibe se destaca como opção de tratamento em pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração

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Dr. Fábio Schutz, oncologista clínico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, faz um relato dos resultados do estudo PROfound, apresentado no ESMO Virtual Congress 2020, cujas atualizações dos dados de sobrevida global foram publicadas no The New England Journal of Medicine.

Nesse ensaio randomizado fase III, foram selecionados pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração que faziam uso de enzalutamida, abiraterona ou ambas (agentes hormonais). O estudo abriu duas coortes de acompanhamento conforme mutações nos genes BRCA1, BRCA2 ou ATM (coorte A) e BARD1, CDK12, CHEK1, CHEk2, etc (coorte B). Os pacientes foram randomicamente distribuídos numa razão 2:1 em dois braços: um braço que recebeu olaparibe e outro em que eles mantiveram o tratamento hormonal de escolha do médico investigador. O endpoint primário foi sobrevida livre de progressão avaliada por imagem.

Os resultados confirmaram um aumento da sobrevida livre de progressão radiológica de 7,4 meses no grupo do olaparibe versus 3,6 meses no grupo controle. O hazard ratio entre o grupo terapêutico e o grupo controle foi de 0,34.

A sobrevida global atualizada na coorte A foi de 19,1 meses no grupo do olaparibe e de 14,7 meses no grupo controle (hazard ratio 0,69). De todos os pacientes no grupo controle, 66% que tiveram progressão cruzaram para o grupo do olaparibe. Numa análise ajustada desconsiderando o cruzamento, o hazard ratio ajustado de sobrevida global foi de 0,42. Foi observado um benefício global do olaparibe sobre a sobrevida livre de progressão radiológica em todos as coortes.

Dentre os efeitos colaterais principais observados, náusea e anemia se destacam no tratamento com o olaparibe.

Em pacientes masculinos que sofreram progressão mesmo em vigência de inibidores hormonais como a enzalutamida e a abiraterona e que possuíam mutações em genes associados ao reparo de recombinação homóloga, o uso de olaparibe foi associado com uma sobrevida livre de progressão maior e melhores taxas de resposta e endpoints paciente-dependentes do que as derivadas da ação da enzalutamida ou abiraterona.

Confira o relato do especialista também no nosso podcast:

Referências:

de Bono J, Mateo J, Fizazi K, et al. Olaparib for Metastatic Castration-Resistant Prostate Cancer. N Engl J Med. 2020;382(22):2091-2102. doi:10.1056/NEJMoa1911440

610O – Final overall survival (OS) analysis of PROfound: Olaparib vs physician’s choice of enzalutamide or abiraterone in patients (pts) with metastatic castration-resistant prostate cancer (mCRPC) and homologous recombination repair (HRR) gene alterations

 

https://doi.org/10.1056/nejmoa1911440

 

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