Novo padrão de tratamento: KEYNOTE-590 demonstra superioridade de pembrolizumabe + quimioterapia em 1ª linha para câncer de esôfago avançado - Oncologia Brasil

Novo padrão de tratamento: KEYNOTE-590 demonstra superioridade de pembrolizumabe + quimioterapia em 1ª linha para câncer de esôfago avançado

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KEYNOTE 590 examina a quimioterapia de primeira linha, com ou sem pembrolizumabe, em pacientes com carcinoma de células escamosas do esôfago, adenocarcinoma do esôfago ou adenocarcinoma da junção gastroesofágica tipo 1 de Siewert

Foram apresentados no ESMO Virtual Congress 2020 os tão esperados resultados do KEYNOTE-590 (NCT03189719), um estudo randomizado, internacional, duplo-cego de 1ª linha de pembrolizumabe (pembro) + quimioterapia (QT) versus QT isolada em pacientes com câncer de esôfago (adenocarcinoma localmente avançado, irressecável ou metastático; carcinoma de células escamosas de esôfago [CECE] ou adenocarcinoma da junção esofagogástrica do tipo 1 [EGJ] de Siewert).

Os pacientes elegíveis foram randomizados na proporção 1:1 para pembro 200 mg ou placebo a cada 3 semanas por até 2 anos + QT (cisplatina 80 mg/m² a cada 3 semanas + 5-FU 800 mg/m² nos dias 01 a 05 a cada 3 semanas).

A randomização foi estratificada por Ásia versus Resto do Mundo, adenocarcinoma versus CECE e ECOG Performance Status 0 versus 1. O tratamento continuou até progressão, toxicidade inaceitável ou retirada, ou tempo máximo de tratamento por 2 anos. Nenhum crossover foi permitido. Ao todo, 749 pacientes (83% homens, 73% CECE) foram randomizados (373 pembro + QT; 376 QT). O acompanhamento médio foi de 10,8 meses.

Os desfechos primários foram sobrevida global (SG) em pacientes com CECE e CPS (combined positive score) para PD-L1 ≥10; SG e sobrevida livre de progressão (SLP por RECIST v1.1, avaliada pelo investigador) em CECE; PD-L1 CPS ≥10; e todos os pacientes. O desfecho secundário foi taxa de resposta objetiva (TRO) por RECIST v1.1 avaliada pelo investigador em todos os pacientes.

Os resultados mostraram que pembro + QT foi superior para taxa de resposta em 45% comparado com 29,3% com quimioterapia (P< 0,001) com duração de resposta mediana de 8,3 versus 6,0 meses, respectivamente.

A SLP foi superior com pembro + QT versus QT em CECE (mediana 6,3 vs 5,8 meses; HR 0,65; P <0,0001), CPS ≥10 (mediana 7,5 vs 5,5 meses; HR 0,51; P <0,0001), e todos os pacientes (mediana 6,3 vs 5,8 meses; HR 0,65; P <0,0001).

As taxas de eventos adversos relacionados ao medicamento de grau 3-5 foram 72% vs 68%. As taxas de descontinuação de eventos adversos relacionados ao medicamento foram de 19% vs 12%.

Os resultados desse estudo mostram que pembrolizumabe + QT apresentou superioridade em SG, SLP e TRO em comparação com a QT, com um perfil de segurança administrável em pacientes com câncer esofágico avançado e EGJ não tratado.

O apresentador do trabalho na ESMO, Ken Kato, do National Cancer Center Hospital no Japão, comenta que o pembrolizumabe mais quimioterapia deve ser um novo padrão de tratamento como terapia de primeira linha nessa população selecionada de pacientes.

Referência:

Kato K, et al. Pembrolizumab plus chemotherapy versus chemotherapy as first-line therapy in patients with advanced esophageal cancer: The phase 3 KEYNOTE-590 study. Presented at: European Society of Medical Oncology (EMSO) Virtual Congress 2020, held September 17, 2020 to September 21, 2020. Abstract LBA8_PR

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