Estudo IMCISION: pode a imunoterapia por inibidores de checkpoint ter ação neoadjuvante em carcinoma escamoso avançado de cabeça e pescoço? - Oncologia Brasil

Estudo IMCISION: pode a imunoterapia por inibidores de checkpoint ter ação neoadjuvante em carcinoma escamoso avançado de cabeça e pescoço?

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Dra Lotje Zuur, do Netherlands Cancer Institute, apresentou os resultados de um estudo fase Ib/IIa que avalia o efeito neoadjuvante da imunoterapia com inibidores de checkpoint em carcinoma escamoso avançado de cabeça e pescoço

Pacientes com carcinoma espinocelular avançado de cabeça e pescoço necessitam de melhores desfechos clínicos. De modo a oferecer um melhor tratamento a essa população, foi concluído um estudo de fase Ib/IIa investigando a segurança e a exequibilidade (fase Ib) assim como a eficácia (fase IIa) de esquema neoadjuvante de nivolumabe com ou sem ipilimumabe realizado antes de uma cirurgia extensa.

O desenho do estudo envolveu 32 pacientes com carcinoma espinocelular de cabeça e pescoço (estágios T3-4 N0-3 M0), 31 dos quais tinham doença HPV-. Seis dos 32 pacientes apresentavam doença recorrente, assim como radioterapia e quimioterapia prévias. Todos tinham uma cirurgia extensa como sua última opção. Todos os pacientes receberam dois cursos de inibidores de checkpoint administrados na 1ª e 3ª semana, sendo que a cirurgia foi realizada na 5ª semana.

Na fase Ib do ensaio, dois braços, cada um com 6 pacientes, receberam os seguintes esquemas terapêuticos:
• Braço A: nivolumabe 240mg nas semanas 1 e 3;
• Braço B: na semana 1 nivolumabe 240mg + ipilimumabe 1mg/kg e na semana 3 apenas nivolumabe 240mg.

Na fase IIa do ensaio, uma coorte de extensão acompanhou 20 pacientes tratados com a combinação de nivolumabe com ipilimumabe.

Imagens e biópsias foram realizadas no início do estudo, antes do tratamento e durante o tratamento (após a administração dos inibidores de checkpoint e antes da cirurgia).

Os endpoints primários da fase Ib foram a segurança e exequibilidade, em termos de eventos adversos catalogados no CTCAE v.4.0 e ausência de atraso na cirurgia por mais do que uma semana. Os endpoints primários da fase Ib/IIa foram eficácia mensurada pela resposta histopatológica à imunoterapia no momento da cirurgia.

Em termos de segurança, os eventos adversos grau 3 do CTCAE v.4.0 ocorreram em 38% dos casos, mas foram perfeitamente manejáveis. Entre estes, os mais comuns foram aumento das transaminases, colite, pericardite, tireoidite, linfopenia e erupção cutânea. Os eventos adversos não retrasaram o agendamento da cirurgia, que se deu em média 27 dias após o início da imunoterapia.

Em termos de eficácia, o regime de nivolumabe com ou sem ipilimumabe induziu uma resposta quase-completa em 31% nos locais de sítio primário somado a uma sobrevida livre de recidiva de 100% com 14 meses de acompanhamento.

Referências:
LBA40 – Neoadjuvant nivolumab and nivolumab plus ipilimumab induce (near-) complete responses in patients with head and neck squamous cell carcinoma; the IMCISION trial.

https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT03003637

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