Estudo avalia benefício de erdafitinibe em pacientes com carcinoma urotelial avançado e mutação FGFR - Oncologia Brasil

Estudo avalia benefício de erdafitinibe em pacientes com carcinoma urotelial avançado e mutação FGFR

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Dr. Fabio Schutz, oncologista clínico da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta os resultados do estudo BLC2001 (757P – An observational study of outcomes of patients (pts) with advanced urothelial carcinoma (UC) after anti-programmed death-(Ligand) 1 (PD-[L]1) therapy by fibroblast growth factor receptor gene alteration (FGFRa) status), apresentado no ESMO Virtual Congress 2020. Trata-se de uma análise retrospectiva de desfechos clínicos em resposta à imunoterapia (anti PD-L1) de pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático FGFR+ versus FGFR-.

Primeiramente, o oncologista trouxe dados do estudo BLC2001, que mostrou uma taxa de resposta objetiva da ordem de 40% com o uso de erdafitinibe em pacientes com carcinoma urotelial localmente avançado ou metastático, o que levou à aprovação da droga no Brasil e em outros países.

Além disso, outro ponto interessante observado pelos pesquisadores do BLC2001 é que 22 dos 99 pacientes recrutados haviam recebido imunoterapia previamente e, desses 22, apenas um respondeu ao tratamento. Esses dados reforçam, assim, a ideia de que a mutação no gene do FGFR poderia ser um fator de valor preditivo negativo para resposta à imunoterapia.

Acerca do pôster apresentado na ESMO, foi avaliado um banco de dados de 92 pacientes tratados com imunoterapia, sendo que 38 tinham mutação ou fusão em FGFR. O observado foi que a chance de resposta com imunoterapia prévia em quem possui alteração em FGFR é menor do que em quem não possui tal alteração.

Mas ainda há uma chance de resposta à imunoterapia, visto que dentre os 38 pacientes com FGFR mutado, a TRO foi de 15,8% em imunoterapia contra 25,9%, em pacientes sem essa mutação. Com o uso de imunoterapia na 1ª linha, esses números se tornam 28,6% contra 30%.

Outro resultado importante do estudo foi a avaliação da sobrevida global mediana da população com mutação no FGFR comparada com a da população sem a mutação: 7,5 meses versus 11,4 meses, respectivamente.

Para Dr. Fabio Schutz, os dados apresentados ainda não excluem os pacientes sem mutação em FGFR de receberem imunoterapia previamente.

Você também pode ouvir os comentários do oncologista em versão podcast:

 

Referências:

757P – An observational study of outcomes of patients (pts) with advanced urothelial carcinoma (UC) after anti-programmed death-(Ligand) 1 (PD-[L]1) therapy by fibroblast growth factor receptor gene alteration (FGFRa) status. ESMO Virtual Congress, 2020.

Loriot Y, Necchi A, et al. Erdafitinib in Locally Advanced or Metastatic Urothelial Carcinoma. N Engl J Med 2019

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