Em busca de formas não-invasivas de se prever a resposta do câncer de pulmão à imunoterapia - Oncologia Brasil

Em busca de formas não-invasivas de se prever a resposta do câncer de pulmão à imunoterapia

3 min. de leitura

O uso de modelos compostos por fatores séricos preditivos da resposta do carcinoma pulmonar não-pequenas células à imunoterapia como inibidores de checkpoint pode ser uma nova arma na avaliação prognóstica da resposta terapêutica a esses tumores

Em uma tentativa de pesquisar formas de prever a resposta clínica à imunoterapia com inibidores de checkpoint em câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC) , estudo – apresentado no ESMO Virtual Congress 2020 – resolveu analisar painéis de biomarcadores séricos que descrevem efeitos pró-inflamatórios, imunossupressores ou de eficácia anti-tumoral.

No estudo, o sangue periférico foi coletado prospectivamente a partir de 109 pacientes consecutivos com CPNPC que foram submetidos à imunoterapia por inibidores de checkpoint como tratamento de primeira linha ou linhas subsequentes. Painéis de análise de fator PD-L1 solúvel (PD-L1s), células CD8+ PD1+ e células NK foram avaliadas e integradas para gerar um escore imune efetor (EIE). O índice de prognóstico imunológico pulmonar (IPIP) também foi calculado pelos níveis de DHL e pela razão neutrófilo-linfócito (RNL). Todos esses parâmetros foram correlacionados com o resultado de sobrevivência e resposta ao tratamento.

Um alto nível de PD-L1s e um baixo número de células CD8+ PD1+ e NK no sangue periférico individualmente tiveram um impacto negativo na sobrevida livre de progressão (SLP) (P <0,001) e na sobrevida global (SG) (P <0,01), bem como na resposta à imunoterapia por inibidores de checkpoints (P <0,05).

Desse modo, níveis altos de PD-L1s, células CD8+ PD1+ e níveis baixos de células NK foram considerados como fatores independentes de risco para o escore imune efetor, cujo poder prognóstico superou o dos fatores individuais e ligeiramente excedeu o do índice de prognóstico imunológico pulmonar. Consequentemente, a ausência desses fatores de risco pré-determinados apontou um escore imune efetor favorável capaz de identificar pacientes com carcinoma pulmonar não-pequenas células com uma sobrevida livre de progressão significativamente prolongada (NR mediana vs 2,3 meses, P <0,001), uma sobrevida global (NR mediana vs 4,1, P <0,001) e um maior benefício do uso de imunoterapia com inibidores de checkpoint (P <0,01).

Em seguida, foram combinados cada parâmetro de risco individual compondo o escore imune efetor e o índice de prognóstico imunológico pulmonar (altos nível de DHL, elevada razão neutrófilo-linfócito), definindo assim três classes de prognóstico distintas: 0-1 vs 2-3 vs ≥ 4 fatores de risco. Um impacto notável da integração EIE-IPIP foi documentado em termos de resultado de sobrevivência (sobrevida livre de progressão: razão de risco 4,61; IC 95%, 2,32-9,18; P <0,001; sobrevida global: razão de risco 4,03; IC 95%, 1,91-8,67; P < 0,001) e resposta à imunoterapia com inibidores de checkpoint (curva ROC AUC = 0,90, IC 95% 0,81-0,97, P <0,001).

O estudo conclui que esses modelos de risco compostos com base em parâmetros sanguíneos apresentando a interação tumor-hospedeiro podem fornecer pontuações prognósticas e preditivas não invasivas em pacientes com carcinoma pulmonar não-células pequenas avançado tratados com imunoterapia com inibidores de checkpoints.

Referências:
Mazzaschi G, Minari R, Zecca A, et al. Soluble PD-L1 and Circulating CD8+PD-1+ and NK Cells Enclose a Prognostic and Predictive Immune Effector Score in Immunotherapy Treated NSCLC patients [published online ahead of print, 2020 Aug 2]. Lung Cancer. 2020;148:1-11. doi:10.1016/j.lungcan.2020.07.028
– Links https://doi.org/10.1016/j.lungcan.2020.07.028
– Demais fontes

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