Dra. Renata D’Alpino comenta opções terapêuticas para pacientes com tumor colorretal metastático em linhas avançadas - Oncologia Brasil

Dra. Renata D’Alpino comenta opções terapêuticas para pacientes com tumor colorretal metastático em linhas avançadas

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Regorafenibe e TAS 102 apresentaram ganho de sobrevida em estudos clínicos de fase III e são opções de tratamento aprovadas para esse cenário 

Pacientes com tumores colorretais avançados e metastáticos são tratados usualmente com esquemas de quimioterapia sequencial, incluindo oxaliplatina, fluoropirimidas, irinotecano e anticorpos monoclonais anti-VEGF e anti-EGFR. A aprovação de drogas orais para pacientes previamente tratados com duas ou mais linhas de tratamento traz opções terapêuticas importantes para esse cenário. 

O regorafenibe, uma pequena molécula inibidora de tirosina quinase, foi aprovado pela ANVISA em outubro de 2018 para o tratamento de tumores colorretais metastáticos previamente tratados ou não candidatos a outras terapias disponíveis.  

 Mais recentemente, uma nova molécula chamada FTD/TPI (anteriormente conhecida como TAS-102) surgiu como opção de tratamento para esses pacientes. A terapia foi aprovada pela ANVISA em maio de 2020 com base nos resultados do RECOURSE, estudo de fase 3, multicêntrico, em que pacientes que tinham recebido pelo menos duas linhas de tratamento para tumores colorretais metastáticos eram randomizados para receber FTD/TPI ou placebo. FTD/TPI era administrado na dose de 35mg/m2 duas vezes ao dia, por cinco dias, seguido de dois dias de pausa, mais cinco dias de tratamento e mais 16 dias de pausa a cada quatro semanas. 

O desfecho primário do estudo foi atingido, demonstrando um ganho de sobrevida global para os pacientes que receberam FTD/TPI com mediana de 7,1 meses comparado a 5,3 meses no grupo placebo. As taxas de sobrevida global em um ano foram 27% e 18%, respectivamente. 

Apesar dessas novas opções terapêuticas importantes, a Dra. Renata D’Alpino, Oncologista Clínica do Grupo Oncoclínicas e Diretora Científica do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG), aponta alguns problemas no cenário brasileiro, como a discrepância entre o sistema público e privado do País, o difícil acesso aos serviços de saúde e a inexistência de alguns serviços, como de cuidados paliativos. Confira a opinião da especialista no vídeo:

 

 

Referências: 

Mayer RJ, Van Cutsem E, Falcone A, et al. Randomized Trial of TAS-102 for Refractory Metastatic Colorectal Cancer. N Engl J Med. 2015;372(20):1909-1919. doi:10.1056/NEJMoa1414325