Combinação de atezolizumabe e bevacizumabe é promissora para histologias raras de câncer de rim - Oncologia Brasil

Combinação de atezolizumabe e bevacizumabe é promissora para histologias raras de câncer de rim

Combinação de atezolizumabe e bevacizumabe
2 min. de leitura

Apesar de o carcinoma de células claras (CRCC) ser o subtipo mais comum de câncer de rim, as variantes histológicas raras não-células claras representam até 20% dos casos dessa neoplasia, e a presença de componente sarcomatoide pode ser encontrada em associação a qualquer um dos tipos histológicos principais. Infelizmente, essa população de pacientes com variantes raras (VHR) ou componente sarcomatoide (CS) é quase sempre excluída ou sub-representada nos estudos que avaliam novas terapias para doença avançada.

Por essa razão, a combinação do anti-VEGF bevacizumabe ao anti-PD-L1 atezolizumabe (anticorpo monoclonal anti-fator de crescimento de endotélio vascular e anti-ligante de morte programada 1, respectivamente) só fora estudada em pacientes com CRCC, mostrando um efeito sinérgico entre as medicações e um perfil de toxicidade aceitável. Com o intuito de explorar melhor a eficácia e a segurança da combinação de ATZ (atezolizumabe) e BEV (bevacizumabe) nesse grupo de pacientes com VHR/CS, um novo estudo de fase II multicêntrico foi conduzido e seus resultados foram recentemente publicados no Journal of Clinical Oncology.

O trabalho selecionou pacientes que já poderiam ter recebido tratamento prévio para doença metastática, mas que não haviam sido expostos previamente a BEV ou a agentes anti-PD(L)1. Com 60 pacientes tratados, dos quais 65% eram virgens de tratamento sistêmico, os pesquisadores encontraram uma promissora taxa de resposta (TR) de 33% na população geral do estudo. A TR foi maior para pacientes com CRCC com CS, chegando a 50% nesse subgrupo, em comparação a 26% no subgrupo de pacientes com VHR. Na avaliação de sobrevida livre de progressão, a mediana para a população geral foi de 8,3 meses.

Em analises secundárias, o perfil de expressão de PD-L1 dos pacientes foi levantado. Dos 36 pacientes que tinham amostras disponíveis para avaliação, 42% tinham expressão positiva (≥ 1%) nas células tumorais. Nesses pacientes, a TR foi de 60% vs. 19% naqueles com tumores negativos para PD-L1. A taxa de eventos adversos foi similar a de estudos anteriores com essas medicações, com incidência de eventos grau ≥ 3 de 13%.

Novos estudos são aguardados para confirmação de eficácia dessa combinação na população de pacientes com câncer de rim e VHR/CS, mas, frente a esses resultados, uma nova perspectiva de tratamento se abre para esse grupo até então negligenciado de indivíduos, que necessitam urgentemente de novas abordagens.

Confira o artigo original.