Câncer de mama triplo negativo: ctDNA como preditor de recorrência - Oncologia Brasil

Câncer de mama triplo negativo: ctDNA como preditor de recorrência

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Para um a doença com alto risco de recorrência como câncer de mama triplo negativo, ter uma ferramenta com potencial para predizer o risco de recidiva após a cirurgia ganha importância tanto para papel de monitoração como para identificarmos melhores estratégias de tratamento para recorrência ainda precoce. 

Foram apresentados dados em San Antonio Breast Cancer Symposium 2019 quanto a análise de DNA tumoral circulante em amostras de plasma coletadas de pacientes incluídas em um estudo fase II, BRE12-158, que tinha como finalidade avaliar o benefício de terapia genomicamente dirigida vs decisão de tratamento do médico após quimioterapia pré-operatória em pacientes com cancer de mama triplo negativo. Com recrutamento de 196 mulheres, houve sequenciamento de DNA tumoral circulante em 142 destas usando teste FoundationOne.

Nestas pacientes, DNA tumoral circulante mutado foi identificado em 90 (63% das amostras) sendo TP53 o gene mais comumente mutado. Após 17,2 meses de seguimento, a detecção de DNA tumoral circulante foi significativamente associada a uma menor sobrevida livre de doença a distância com uma mediana de 32,5m para indivíduos com evidência de DNA tumoral circulante contra uma mediana não encontrada para aquelas sem a detecção.

Em 24 meses, a sobrevida livre de doença a distância foi de 56% em pacientes positivas para DNA tumoral circulante comparado com 81% naquelas de resultado negativo. Em análise multivariada, mesmo sob análise de fatores como carga tumoral, tamanho tumoral, grau histológico, estadio, idade e raça; a detecção de DNA tumoral circulante prevaleceu como variável independente associada a uma sobrevida livre de doença á distância inferior

Houve ainda uma associação de menor sobrevida global com o risco de morte 4,1 vezes maior em paciente com DNA tumoral circulante positivo comparado a pacientes com achado negativo cumprindo também papel prognóstico relevante.

Trata-se de mais um novo cenário onde o DNA tumoral circulante pode atuar como ferramenta para detecção precoce de recorrência, inclusive com finalidade prognóstica, servindo como alternativa para monitoramento de resposta de pacientes ao tratamento.