Atualização do TITAN reforça bom desempenho de apalutamida, combinada à terapia androgênica, contra o câncer de próstata - Oncologia Brasil

Atualização do TITAN reforça bom desempenho de apalutamida, combinada à terapia androgênica, contra o câncer de próstata

Apalutamida, combinada à terapia androgênica

Apalutamida, combinada à terapia androgênica

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Dr. Fabio Schutz, oncologista clínico na BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, aborda os novos resultados do estudo TITAN, divulgados no ASCO GU 2021.

Em julho de 2019, foi publicado, no New England Journal of Medicine, o TITAN (NCT02489318), um estudo duplo-cego, de fase III, que recrutou 1052 pacientes com câncer de próstata metastático sensível à castração (mCPSC) e os randomizou aleatoriamente na proporção 1:1 para receber apalutamida (240 mg/dia) ou placebo, em combinação com terapia de privação androgênica (ADT). Tratamento para doença localizada e com docetaxel prévios foi permitido.

Os desfechos primários foram a sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP) e sobrevida global (SG), que, na ocasião (acompanhamento médio de 22,7 meses), apresentaram ganho estatisticamente significativo em favor da apalutamida versus placebo (HR 0,48; IC 95% 0,39-0,60; P < 0.001 e HR 0,67; IC 95% 0,51-0,89; P = 0.005), respectivamente.

Importante ressaltar que, naquela época, a análise da SG foi provisoriamente planejada, enquanto a rSLP era final. Além disso, o TITAN deixou de ser um estudo cego, permitindo que os pacientes sem progressão de doença que ainda estavam recebendo placebo realizassem crossover para apalutamida. Assim, durante o 2021 Genitourinary Cancers Symposium, foi relatada a análise final dos resultados de eficácia e segurança do TITAN.

Com 44 meses de acompanhamento médio, 405 eventos de SG ocorreram. Após a retirada do cegamento do estudo, 208 pacientes no grupo placebo (39,5%) passaram para o grupo da apalutamida. A duração mediana do tratamento foi de 39,3 meses para os pacientes que receberam apalutamida, 20,2 meses para todo o grupo placebo e 15,4 meses para o grupo que cruzou de placebo para apalutamida.

A SG foi superior no grupo apalutamida versus placebo SG (não estimável versus 52,2 meses; HR 0,65; P < 0.0001), mesmo após censura do crossover (não estimável versus 39,8 meses; HR 0,52; P < 0.0001), com taxas de sobrevida aos 48 meses de 65% versus 52%, respectivamente. Outros desfechos como SLP2 (não estimável versus não estimável; HR 0,66; P < 0.0001) e tempo até resistência à castração (não estimável versus 11,4 meses; HR 0,34; P < 0.0001) também favoreceram o grupo apalutamida.

A qualidade de vida relacionada à saúde, por FACT-P total, foi mantida no grupo da apalutamida durante o estudo e não foi diferente do grupo placebo. A segurança foi consistente com os relatórios anteriores.

Os autores concluem que, após aproximadamente 4 anos de acompanhamento, a análise final do TITAN demonstrou que apalutamida mais ADT fornece ganho de SG com uma redução de 35% no risco de morte para homens com mCPSC, alcançando 48% após o ajuste para pacientes que cruzaram de placebo para apalutamida. Além disso, houve benefício consistente em outros desfechos com apalutamida, incluindo o atraso do surgimento da resistência à castração e a manutenção da qualidade de vida atrelada a um perfil de segurança aceitável. 

 

Referências:  

  1. Chi KN, et al. Final analysis results from TITAN: A phase III study of apalutamide (APA) versus placebo (PBO) in patients (pts) with metastatic castration-sensitive prostate cancer (mCSPC) receiving androgen deprivation therapy (ADT). Abstract 11. 2021 Genitourinary Cancers Symposium. DOI:10.1200/JCO.2021.39.6_suppl.11