ENDURANCE compara carfilzomibe, lenalidomide e dexametasona (KRd) versus bortezomibe, lenalidomida e dexametasona (VRd) em pacientes com mieloma múltiplo recém diagnosticado - Oncologia Brasil

ENDURANCE compara carfilzomibe, lenalidomide e dexametasona (KRd) versus bortezomibe, lenalidomida e dexametasona (VRd) em pacientes com mieloma múltiplo recém diagnosticado

2 min. de leitura

Dr. Jacques Tabacof, onco-hematologista do Grupo Oncoclínicas com atuação no Centro Paulista de Oncologia (CPO), destacou o ENDURANCE, um importante estudo apresentado em plenária durante o ASCO 2020 Virtual Annual Meeting.

O estudo ENDURANCE se propôs a comparar o esquema terapêutico bortezomibe, lenalidomida e dexametasona (VRd) que é uma terapia inicial padrão do mieloma múltiplo recém diagnosticado (MMRD) ao carfilzomibe, um inibidor de proteassoma de última geração, em combinação com lenalidomida e dexametasona (KRd). Randomizado de fase 3, avaliou se o KRd melhora a sobrevida livre de progressão (SLP) em comparação com o VRd nestes pacientes.

No total, 1.087 pacientes foram randomizados para receber VRd (542) ou KRd (545) seguidos por uma segunda randomização (1:1) para manutenção com lenalidomida indefinida versus por dois anos. Importante ressaltar, que foram excluídos pacientes de alto risco definido por del17p, t (14; 16), t (14; 20), leucemia de células plasmáticas ou DHL elevada.

A idade mediana foi de 65 anos. As taxas de resposta com VRd vs KRd foram, respectivamente: progressão de doença 6% versus 4%, resposta parcial 83% versus 86%, resposta completa 10% versus 14%, resposta parcial muito boa 43% versus 49%.

Na segunda análise interina, com a HR da SLP = 1,04 (IC 95%, 0,8 a 1,3, p = 0,74), a futilidade foi alcançada. A SLP mediana foi VRd de 34,4 meses e KRd de 34,6 meses, sem diferenças com base na idade (<65 ou ≥65), presença ou ausência de t (4; 14) ou estágio ISS. A sobrevida global de três anos foi semelhante: VRd 84% (80 a 88) e KRd 86% (82 a 89).

Neste estudo, o KRd não melhorou a SLP em comparação com o VRd no MMRD. Uma taxa significativamente maior de toxicidade cardiopulmonar e renal foi observada com o KRd, enquanto as taxas de neuropatia foram maiores com o VRd.
O VRd permanece o regime padrão de indução no MMRD de risco padrão e intermediário. Dados da manutenção com lenalidomida serão analisados quando estiverem mais maduros.

Em pacientes de alto risco, são necessárias outras análises e estudos, já que é uma demanda não atendida e o estudo excluiu esta população.

Se preferir ouça nosso Podcast:

Referências:
Carfilzomib, lenalidomide, and dexamethasone (KRd) versus bortezomib, lenalidomide, and dexamethasone (VRd) for initial therapy of newly diagnosed multiple myeloma (NDMM): Results of ENDURANCE (E1A11) phase III trial.

Conteúdo restrito para médicos, entre ou crie sua conta gratuitamente

Faça login

Crie sua conta

Apenas médicos podem criar contas, insira abaixo seu CRM e Estado do CRM para validação