Anvisa aprova ramucirumabe mais erlotinibe para o tratamento em primeira linha do CPNPC metastático com EGFR mutado - Oncologia Brasil

Anvisa aprova ramucirumabe mais erlotinibe para o tratamento em primeira linha do CPNPC metastático com EGFR mutado

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A combinação ramucirumabe mais erlotinibe em comparação com placebo mais erlotinibe demonstrou benefício clínico na sobrevida livre de progressão para pacientes que receberam

O CPNPC metastático é uma doença grave e com prognóstico ruim. A maioria dos pacientes desenvolve resistência ao tratamento e experimenta progressão da doença com as opções terapêuticas de primeira linha padrão atualmente disponíveis, como medicamentos inibidores de tirosina-quinase.

Em 29 de maio de 2020, os Estados Unidos aprovaram ramucirumabe em combinação com o erlotinibe para o tratamento em primeira linha do câncer de pulmão não-pequenas células metastáticas (CPNPC) com mutação EGFR (deleção do éxon 19 ou mutação do éxon 21 L858R).

No Brasil, a aprovação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) saiu na sequência, no início de junho, após apresentação do trabalho RELAY, um estudo clínico de fase 3, multinacional, multicêntrico, duplo-cego.

Um total de 449 pacientes foram randomizados (1:1) para receber ramucirumabe 10 mg/kg ou placebo a cada 2 semanas, em combinação com erlotinibe 150 mg uma vez ao dia, até progressão da doença ou toxicidade inaceitável.

A principal medida de eficácia foi a sobrevida livre de progressão (SLP), avaliada pelo investigador (RECIST 1.1). Medidas adicionais de resultados de eficácia incluíram sobrevida global (SG), taxa de resposta geral (TR) e duração da resposta (DDR).

A SLP mediana foi de 19,4 meses no braço ramucirumabe mais erlotinibe em comparação com 12,4 meses no braço placebo mais erlotinibe (HR 0,59; IC 95%: 0,46, 0,76; p <0,0001). A TR foi de 76% no primeiro braço e 75% no segundo, com uma DDR de 18,0 meses e 11,1 meses, respectivamente. No momento da análise final de SLP, os dados do SG não estavam maduros, pois apenas 26% das mortes necessárias para a análise final tinham ocorrido (HR 0,83; IC 95%: 0,53, 1,30).

As reações adversas mais comuns observadas em pacientes tratados com ramucirumabe mais erlotinibe foram infecções, hipertensão, estomatite, proteinúria, alopecia, epistaxe e edema periférico. As anormalidades laboratoriais mais comuns foram aumento da alanina aminotransferase, aumento do aspartato aminotransferase, anemia, trombocitopenia, neutropenia, aumento da fosfatase alcalina e hipocalemia.

A dose recomendada de ramucirumabe para CPNPC metastático em combinação com erlotinibe é de 10 mg/kg a cada 2 semanas.

O estudo RELAY cumpriu com seu desfecho primário, demonstrando o benefício clínico, estatisticamente significativo, na sobrevida livre de progressão para pacientes que receberam ramucirumabe mais erlotinibe em comparação com placebo mais erlotinibe. Foram demonstrados também benefícios clinicamente significativos em relação aos resultados dos desfechos.

Saiba mais:
Nakagawa K, Garon EB, Seto T, et al. Ramucirumab plus erlotinib in patients with untreated, EGFR-mutated, advanced non-small-cell lung cancer (RELAY): a randomised, double-blind, placebo-controlled, phase 3 trial. Lancet Oncol. 2019;20(12):1655-1669. doi:10.1016/S1470-2045(19)30634-5

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https://www.targetedonc.com/view/fda-approves-frontline-ramucirumab-erlotinib-for-egfr-mnsclc