Anvisa aprova a imunotoxina moxetumomabe pasudotox para leucemia de células pilosas - Oncologia Brasil

Anvisa aprova a imunotoxina moxetumomabe pasudotox para leucemia de células pilosas

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A droga é uma fusão de um anticorpo anti-CD22, proteína transmembrana altamente expressa nas células tumorais e toxina PE38

A Anvisa aprovou no dia 03 de agosto de 2020 a moxetumomabe pasudotox para o tratamento de pacientes adultos com leucemia de células pilosas (LCP), também conhecida como tricoleucemia, recidivada ou refratária que receberam pelo menos duas terapias sistêmicas prévias, incluindo o tratamento com um análogo do nucleosídeo purina (PNA).

Os pacientes com LCP respondem bem à terapia de 1ª e 2ª linha com tratamentos atualmente disponíveis como PNA e rituximabe. No entanto, cerca de 30% a 40% dos pacientes que atingem resposta completa irão recidivar e necessitar de tratamento adicional.

No geral, o prognóstico é ruim em pacientes que desenvolvem doença recidivada ou refratária após múltiplas linhas de tratamento com um PNA. Além disso, estes pacientes estão em risco de complicações fatais devido à progressão da doença e citopenias, que podem levar a infecções graves e sangramento. Pacientes cuja doença é refratária ou que não são elegíveis para tratamento com PNA não devem ser tratados com um análogo ou outros agentes mielossupressores ou imunossupressores.

A aprovação do moxetumomabe pasudotox – desenvolvido como uma abordagem alternativa para esses casos com opções limitadas de tratamento – foi baseada em um estudo multicêntrico de braço único fase III (NCT01829711) com 80 pacientes. O objetivo primário foi taxa de resposta completa durável e os objetivos secundários foram taxa de doença residual mínima, tempo para a resposta completa, taxa de remissão hematológica, taxa de resposta, duração de resposta e de resposta completa, sobrevida livre de progressão e segurança.

A taxa de resposta completa durável (duração > 180 dias) foi 36,3% na avaliação pelo comitê independente, com 32% dos pacientes mantendo resposta completa por ao menos 360 dias. Dentre os demais desfechos de eficácia, a taxa de resposta objetiva foi 75%, com duração mediana de resposta de 66,7 meses, duração mediana de resposta completa de 62,8 meses e sobrevida livre de progressão mediana de 41,5 meses.

Na análise de segurança, a taxa de eventos adversos sérios foi 35%, destacando-se edema, hipoalbuminemia, elevação de transaminases, náusea e reações infusionais como os mais comuns.

O moxetumomabe pasudotox foi registrado em conformidade com a RDC nº 55/2010 e teve a sua análise priorizada por se tratar de um medicamento destinado ao tratamento de doença rara, em conformidade com a RDC nº 205/17. A dose recomendada é de 0,04 mg/kg, IV nos dias 1, 3 e 5 a cada 28 dias

Referências:
Abou Dalle I, Ravandi F. Moxetumomab pasudotox for the treatment of relapsed and/or refractory hairy cell leukemia. Expert Rev Hematol. 2019 Sep;12(9):707-714. doi: 10.1080/17474086.2019.1643231. Epub 2019 Aug 1. Review.
https://clinicaltrials.gov/ct2/show/study/NCT01829711

http://portal.anvisa.gov.br/informacoes-tecnicas13?p_p_id=101_INSTANCE_WvKKx2fhdjM2&p_p_col_id=column-2&p_p_col_pos=1&p_p_col_count=2&_101_INSTANCE_WvKKx2fhdjM2_groupId=219201&_101_INSTANCE_WvKKx2fhdjM2_urlTitle=lumoxiti-moxetumomabe-pasudotox-novo-registro&_101_INSTANCE_WvKKx2fhdjM2_struts_action=%2Fasset_publisher%2Fview_content&_101_INSTANCE_WvKKx2fhdjM2_assetEntryId=5967300&_101_INSTANCE_WvKKx2fhdjM2_type=content