Adição de bevacizumabe à cisplatina-paclitaxel demonstra aumento de sobrevida global e de sobrevida livre de progressão em câncer cervical avançado - Oncologia Brasil

Adição de bevacizumabe à cisplatina-paclitaxel demonstra aumento de sobrevida global e de sobrevida livre de progressão em câncer cervical avançado

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Médicos brasileiros são alguns dos investigadores do estudo CECILIA, publicado no Gynecologic Oncology

O câncer de colo do útero é o 3º mais incidente na mulher brasileira e mais da metade das pacientes são diagnosticadas com doença localmente avançada ou metastática. Poucos avanços no tratamento, no entanto, ocorreram nas últimas décadas e, por isso, o esforço científico na busca de melhor controle da doença é de extrema relevância.

O CECILIA é um estudo global, de fase II e braço único que avaliou o bevacizumabe, carboplatina e paclitaxel em pacientes com câncer cervical metastático/recorrente/persistente não passível de cirurgia curativa e/ou radioterapia. Essas pacientes receberam a combinação até a progressão da doença ou toxicidade inaceitável.

Bevacizumabe de manutenção foi permitido. Foram excluídas pacientes com envolvimento vesical/retal em curso, radioterapia com cobalto anterior, história de fístula/perfuração gastrointestinal ou ressecção intestinal/quimiorradiação recente. O objetivo principal foi determinar a incidência de perfuração gastrointestinal/fístula, fístula gastrointestinal-vaginal e fístula geniturinária.

No início do estudo, entre as 150 pacientes incluídas, 21% apresentavam doença persistente, 56% recorrente e 23% metastática recém-diagnosticada. Além disso, 17 pacientes (11,3%; IC 95%: 6,7–17,5%) apresentaram ≥1 evento de perfuração/fístula:
• perfuração gastrointestinal/fístula em 4,7% (1,9–9,4%);
• fístula gastrointestinal-vaginal em 4,0% (1,5–8,5%);
• e fístula geniturinária em 4,7% (1,9–9,4%).

Ainda, entre as mesmas 17 pacientes, 16 haviam sido previamente irradiadas e várias apresentavam efeitos de radiação contínuos.

Os eventos adversos de grau 3/4 mais comuns foram neutropenia (25%), anemia (19%) e hipertensão (14%). Cinco pacientes (3%) tiveram eventos adversos fatais. A taxa de resposta objetiva foi de 61% (IC de 95%: 52–69%), a sobrevida livre de progressão mediana foi de 10,9 (10,1–13,7) meses e a sobrevida global mediana foi de 25,0 (20,9–30,4) meses.

Acredita-se que o tratamento com bevacizumabe, carboplatina e paclitaxel possa ser uma alternativa para o câncer de colo de útero avançado.

Saiba mais:
Redondo, A et al., Primary results from CECILIA, a global single-arm phase II study evaluating bevacizumab, carboplatin and paclitaxel for advanced cervical cancer Gynecologic Oncology, Available online 4 August 2020 (in press, corrected proof)
https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0090825820336611