Estudo demonstra como são as alterações genômicas do câncer de tecidos normais até a evolução para a doença metastática - Oncologia Brasil

Estudo demonstra como são as alterações genômicas do câncer de tecidos normais até a evolução para a doença metastática

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Caracterização genômica entre tumores primários, metástases cerebrais e extracranianas

Durante a apresentação virtual do AACR (American Association for Cancer Research), resultados apresentados por Olivia Lee e colaboradores demonstraram como são as alterações genômicas do câncer de tecidos normais até a evolução para a doença metastática.

Realizou-se o WES (Whole Exome Sequencing) de metástases cerebrais (MC) e de tumores correspondentes de 41 pacientes que apresentaram carcinoma de células renais (CCR), câncer de mama, câncer de pulmão e melanoma. Foram analisadas 126 amostras de congelação e realizadas análises subsequentes de MC em comparação ao tumor primário e metástases extracranianas (MEC).

Descobriu-se que o câncer de pulmão compartilhava o maior número de mutações entre as MC e seus tumores primários correspondentes (83%), seguido por melanoma (74%), CCR (51%) e mama (26%), indicando que o tipo histológico em associação à alta carga tumoral compartilha mais mutações com as MC.

As assinaturas mutacionais exibiram poucas diferenças, sugerindo uma falta de processos mutagênicos específicos para MC. No entanto, mutações pontuais heterogêneas revelaram que as MC evoluem separadamente para diferentes subclones de seus tumores primários, independentemente do tipo de câncer, e alguns genes drivers foram encontrados em subclones específicos das MC.

Essas descobertas sugerem que os genes drivers podem conduzir subclones pró metastáticos que levam à MC.
• 32 mutações genéticas em tumores curados foram encontradas e 71% delas foram compartilhadas entre MC, tumores primários ou ECM.
• 29% das mutações eram específicas de MC, o que implica que as MC geralmente acumulam mutações adicionais que não estão presentes nos tumores primários ou nas MEC.

A análise de co-mutação revelou uma alta frequência de mutação nonsense do TP53 em MC, principalmente no domínio de ligação ao DNA, sugerindo que a mutação nonsense de TP53 é um provável pré-requisito para o desenvolvimento de MC.

A análise de alteração do número de cópias mostrou diferenças estatisticamente significativas entre MC e suas amostras de tumor primário em cada tipo de câncer (teste de Wilcoxon, p<0,0385 para todos). Tanto o ganho quanto a perda de cópias foram consistentemente maiores nas MC para câncer de mama (teste de Wilcoxon, p = 1.307e-5) e câncer de pulmão (teste de Wilcoxon, p = 1.942e-5), implicando em maior instabilidade genômica durante a evolução das MC.

Os achados destacam a importância da correlação das alterações genômicas somáticas entre os tumores primários e as metástases cerebrais.

Saiba mais:
https://www.abstractsonline.com/pp8/#!/9045/presentation/10569